porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Porta, a porta.
Tens uma porta?
Aquele fim que do outro lado é um começo, e o dentro e fora são apenas dois lados do mesmo objecto, que os separa?
Tens aquele som estridente de campainha, ou o do cuco, ou até do melro...?
Tens o chiar da porta? A tua porta chia?
Não tens uma porta?
Não tens um paradoxo que te separa da vida, da vida das outras pessoas, e que dele precisas para que a vida, a tua vida seja vida junto dessas pessoas?
É uma questão de atravessares. Estás ver?
As portas, assim como as passadeiras, sejam as vermelhas ou as outras listadas, com menos charme, atravessam-se.
Tens que ter uma! Onde for que queiras ir, tens que passar por uma, e se não fores também terás que passar por ou outra, e pode ser por isso que não vais, ou não queres ir.
Tens uma porta? Não te importa?!
Não tens o algo que tu não abres quando sabes que não é o carteiro, e muito menos abres quando é o contador da luz?
Como deixas passar a visita que esperas há muito, e a outra completamente inesperada que te trouxe uma prenda, mas que não cabe na porta?
Sinto muito.
O que fechas tu quando não queres deixar fugir aquela luz que é só tua, e o som dos teus versos inacabados, e o fumo do cigarro que não fumas, mas tens por companhia?
Queres uma porta?
mas que porta posso eu querer melhor que esta mesma que aqui deixaste aberto?
ResponderEliminarbrutal..
gostei imenso desta persistência da imagem! Porta a porta... é a vida que nos rodeia agora e nos próximos anos... há que escavacar essas portas!!
muito bom