é
na
tal
mensagem adulterada pelo próprio
porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
anuncio
tablóide - VENDE-SE BANDA SONORA PARA SUICÍDIO - tablóide
rapaz jovem, 22 anos aproximadamente, oferece-se para criar bandas sonoras para quem se deseje suicidar, tipo filme
200€ a peça musical ... não peço mais porque sei que as famílias dos suicidas precisarão do resto para o funeral e para cobrir os danos psicológicos... de qualquer forma posso fazer desconto familiar para os que se desejem matar a seguir, caso não aguentem o desgosto (175€ para cada)
Se alguém não souber como se matar, poderei, por 500€, eventualmente, criar um vasto leque (e toda uma panóplia) de músicas para motivar a criatividade suicida.
O meu portefólio encontra-se online em www.mypsace.com/vermeproj ; exemplos de todas as hipóteses sugeridas neste anúncio.
Contacto
...
rapaz jovem, 22 anos aproximadamente, oferece-se para criar bandas sonoras para quem se deseje suicidar, tipo filme
200€ a peça musical ... não peço mais porque sei que as famílias dos suicidas precisarão do resto para o funeral e para cobrir os danos psicológicos... de qualquer forma posso fazer desconto familiar para os que se desejem matar a seguir, caso não aguentem o desgosto (175€ para cada)
Se alguém não souber como se matar, poderei, por 500€, eventualmente, criar um vasto leque (e toda uma panóplia) de músicas para motivar a criatividade suicida.
O meu portefólio encontra-se online em www.mypsace.com/vermeproj ; exemplos de todas as hipóteses sugeridas neste anúncio.
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com o apoio de Catarina Silva & Nuno Borda de Água
escuro
pegou então no caderno. na caneta. num copo de agua.
esqueci-me das letras maiúsculas, e já não sei onde moro.
merda.
não tenho mais que um caderno por riscar, rasgar, dobrar
faltam-me as palavras
falta-me claridade
esqueci-me das letras maiúsculas, e já não sei onde moro.
merda.
não tenho mais que um caderno por riscar, rasgar, dobrar
faltam-me as palavras
falta-me claridade
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
sol / chuva
já sem fôlego, sem paciência, farto de tentar dormir, acordou finalmente e cedo demais. pensou demais durante a noite, esperou muito por acordar da mesma forma que acordara antes, apenas se os dias se mantivessem iguais. não chorou quando viu que não era só mais um pesadelo - só porque tinha mais que fazer.
choveu... o sol deixou de aparecer no amanhecer do quarto... os lençóis deixaram de estar quentes na cama toda... o seu lado direito ficou frio, vazio, despido. o sol escondeu-se de propósito? não... a chuva só estava com pressa...
choveu... o sol deixou de aparecer no amanhecer do quarto... os lençóis deixaram de estar quentes na cama toda... o seu lado direito ficou frio, vazio, despido. o sol escondeu-se de propósito? não... a chuva só estava com pressa...
sábado, 18 de dezembro de 2010
entre rochas
sussurra-me o sossego dos pássaros
estalar breve, contínuo, das águas
vento fresco, brisa, badaladas por entre as rochas e o musgo
caminho, longe, um deserto verde
longe da minha lua e do espaço que nos envolve
estalar breve, contínuo, das águas
vento fresco, brisa, badaladas por entre as rochas e o musgo
caminho, longe, um deserto verde
longe da minha lua e do espaço que nos envolve
viagem psicotrópica ao museo vostell, malpartida de cáceres
Fim de Cáceres
Rim de Pássaro
Passa-me o sal
"fecha um bocado a janela
sff"
e a curva é à direita
Passa-me a pimenta
Sinais, transitando vacas
Custa-me manter os olhos abertos
Conduz com uma mão
Sal, a mulher que era manca
Gostava de ter um pónei,
mas o carteiro só me trouxe um melro
Que Hotel tão piroso!
Oh Sol, vais em contramão
passa para este lado, então?
As vacas que bebem do charco
esqueceram-se dos óculos de sol
Um chuto para a veia de sabão azul e branco
Esfrega bem as costas que amanhã é dia de festa
Como é que róis as unhas dos pés?
Chapa y pintura
alumínio de alcatrão, prisão
prisão de vento
eu avisei-te que era melhor vestires as calças
2km antes deixaste uma das ovelhas nadar no charco
Ora! Parece-me que tens um coelho no bolso esquerdo
óvelha da ovelha
"Estamos no caminho certo?" perguntou a alface vidente
"Monumento Natural de los Barruecos" respondeu o cacto
"Estás com os olhos em bico" retorquiu a alface
Dizia para virar ali - "Estou com fome"
Gado permanente
não há tomate que aguente.
Rim de Pássaro
Passa-me o sal
"fecha um bocado a janela
sff"
e a curva é à direita
Passa-me a pimenta
Sinais, transitando vacas
Custa-me manter os olhos abertos
Conduz com uma mão
Sal, a mulher que era manca
Gostava de ter um pónei,
mas o carteiro só me trouxe um melro
Que Hotel tão piroso!
Oh Sol, vais em contramão
passa para este lado, então?
As vacas que bebem do charco
esqueceram-se dos óculos de sol
Um chuto para a veia de sabão azul e branco
Esfrega bem as costas que amanhã é dia de festa
Como é que róis as unhas dos pés?
Chapa y pintura
alumínio de alcatrão, prisão
prisão de vento
eu avisei-te que era melhor vestires as calças
2km antes deixaste uma das ovelhas nadar no charco
Ora! Parece-me que tens um coelho no bolso esquerdo
óvelha da ovelha
"Estamos no caminho certo?" perguntou a alface vidente
"Monumento Natural de los Barruecos" respondeu o cacto
"Estás com os olhos em bico" retorquiu a alface
Dizia para virar ali - "Estou com fome"
Gado permanente
não há tomate que aguente.
João Mendes de Sousa
Marta Ferreira
Nuno Mangas-Viegas
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
comboios
perdido no teu ventre-olhar
gritos de almas desiguais
.
viajou quilómetros
com um mocho às costas
poisou, finalmente, os pés de madeira
na terra
sentou-se no empalhado do assento
à beira de uma linha de comboio inactiva
há anos.
quedou-se
esperando a chegada de outros
de almas desiguais
que se sentem com ela
fico-me, retido, no teu olhar, no ventre do teu olhar
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
A corda segurava a gravidade dos lençóis esvoaçantes que ainda sonham com a nossa presença. Abrem-se os lençóis como asas que preparam o voo, as molas coloridas apertam-se cada vez mais, o lençol queria subir aos céus pelas estradas dos ventos e desaparecer na ultima linha do horizonte mas, as molas, firmavam-no à terra num golpe de força cruel. Ainda aqui estás, sim. A corda traçava o ar, as molas apertavam. - Já não se pode voar? – perguntava o lençol franzido. - Goza lençol. – respondiam as mãos que o apertavam às molas. – Tu que enrolas em ti o voo mais perfeito, aquele que não carece de asas para voar, no ninho de nós dois. Ó pássaro que me invejas, guarda as tuas asas para ti, pois eu guardarei as minhas para mim enquanto o ar reter a tua essência. - Abre-se a janela, entram ventos da memória. Recupero o dia de ontem numa simbiose perfeita com o momento presente e, sem outras explicações, tudo renasce à medida da imaginação. O vento continua a soprar o desejo de voar para longe; as molas continuam a forçar, a prender o voo. O lençol não desistiu, foram os ventos que quedaram para lá do momento e do espaço e desapareceram, e voltam mas, voltam apenas em efémeras e fugazes presenças. O lençol, seco de lutar, dorme por fim, e com ele dois corpos sucumbidos pelo contágio do desejo de voar.
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