segunda-feira, 15 de outubro de 2012

poema de comboio #2


activei o sonho diário nas conchas que esperam o sol entre o fim do caminho de terra e o meio do centro de emprego da tua zona predilecta
abc calculado nas raias da nuvem sonhada – mais que um abc, um abcd de absolutamente nada – as regras do nada para o tudo onde poderemos dizer ‘ya’ sem que ninguém não olhe de lado
tantos lugares minha senhora e mesmo assim teria de ser ao meu lado onde os rabiscos escritos no banco não são azuis mas sim cor-de-nada
lá fora a paisagem cá dentro o murmúrio da máquina e das gentes caladas pelo ‘punk rock’ quase progressivo que me grita nos ouvidos
está activo o sonho e está no lugar da frente no lugar em frente ao meu no lugar defronte ao nosso e tu esperas pela próxima linha como quem chama sem som como quem soa a silêncio e silencia o comboio