quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O poema...


O poema…
A substância que alimenta o corpo,
que corrompe as águas espelhadas
(outrora) beijadas e adoradas
pelo seu próprio reflexo.

No horizonte…
Avista-se o rosto de uma jangada,
(um espectro no cimo da parábola)
concebida pelo tempo, pelo homem
e pelo nada.

No seu olhar,
uma combustão de sentimentos,
(…)
loucura, adrenalina, vertigem,
medo…

A morte
navega à bolina, num rumo sem fim,
de mãos dadas com o mar.

O seu leme
continua rasgando o espelho,
rasurando a palavra 
nesta inútil viagem de papel reciclado.



Marco Mangas
@ Olhão, 28 de Janeiro de 2015