Estou perante uma tela
branca,
Seu fundo encoberto de
branco,
Traços oblíquos,
igualmente brancos,
Outro na horizontal,
(igual)mente da mesma cor,
O suporte que serviria
de argumento, foi roubado…
…Manifesta-se um poema voraz,
As vozes presentes entoam…
…e penetram no espaço esbranquiçado,
E, em sintonia com a música absoluta,
O som da própria imagem,
O cheiro a branco jasmim,
É real,
O silêncio verbal transfigurado em
pura paisagem,
Realidade visual, fragmentária,
Vertigem lúcida…
Todas as cores estão
presentes,
Nada foi capaz de as
devorar,
Nem a ausência de cor
criada pelo breu da noite.
A tela branca ainda aqui
está:
Seu fundo encoberto de
branco,
Traços oblíquos,
igualmente brancos,
Outro na horizontal,
(igual)mente da mesma cor,
O suporte que serviria
de argumento, continua desaparecido…
Marco Mangas @ 27 de Junho de 2013