as
cabeças rebentam sem mestre
rápidas
como um comboio
velozes
como tudo aquilo que mostra ser muito rápido
chovem
elegias e elogios e coisas que nunca te interessariam
porque
não compete ao serviço ser-se elogiado
as
palavras como comboios atravessam as linhas
em
choque, em colisão veloz com o mestre,
os
serviços ficaram feitos, terminados em hora certa
sem
horário para cumprir
mas
em hora certa
não
terás honras para além das rápidas palavras
saídas
das cabeças do comboio
rompendo
as férreas linhas velozes e elegíacas
escreverei
quantas linhas quiser
numa tímida arrogância que me aponta
o
sentido cascais, o sentido cais-do-sodré, o sem-sentido
o
sem-velocidade, parcos momentos que não chego a tocar
está
frio
está
demasiado frio para quem escreve
as
explosões tardam e as taras abominam qualquer um
que
sem serviço se propõe a chocar com o combóio
as
coisas voltam ao seu ovo
quebrando
cascas como se quebram as cascas dos ovos
dentro
do ovo estava o mestre
sem
cabeça
veloz
como tudo aquilo que tem de ser veloz
demasiado
veloz
(não gosto nem acredito em homenagens destinadas às massas, nem acredito no descanso eterno,
as palavras ora escritar são apenas um relembrar de herberto)