Sem poesia...
As pedras de calçada soltam-se
deixando a terra despida e néscia,
Suas sombras aprisionadas
revoltam-se perante tal facto.
Os corpos embebidos em álcool,
Gélidos, inertes, arrojados
em seduzir a terra (sem rumo),
Num grito desesperante e vertical
em busca do seu vício.
Sem poesia...
As pedras de calçada reclamam
o silêncio,
O vazio
A folha de papel é apenas uma folha
pálida, invisível,
paradoxal a sua existência,
sua criação (sem rumo)
sem nexo, sem vício,
Sem poesia...
Marco Mangas @ 14 de Março de 2014