terça-feira, 22 de março de 2011

Poesia (do outro)


Tudo aquece nesta mesa,
o papel,
com as suas pontas levantadas,
espreita o que lá fora
permanece impune à passividade
dos dias
O livro, “Poesia” de
San Juan de la Cruz,
estala na largura da sua
lombada e solta a
música, qual génio,
presa no interior
de poemas,
gastos,
por olhos desatentos e cegos
à beleza que o negro da tinta
esconde
E eu adormeço,
num feito do que é terno
e quente, e ouço, ao longe,
o ressoar da música de San Juan,
que é feita de palavras 
que rimam
mas que no fim, nada dizem,
somente o suave sibilar
da sua música ecoa,
no mais profundo do
meu sono.

4 comentários:

  1. Boa amigo Vicente, espero, sinceramente, que o teu trabalho amanhã consista em ler este poema em cima de uma qualquer mesa! É uma boa análise que expressa poéticamente o meu sentimento para com esse Juan que teima em embalar melódicamente o estudo.

    ResponderEliminar
  2. Olá Nuno
    De facto hoje é dia de entrevistas (sabes, certamente, do que estou a falar)sobre o "Cántico" do Senhor. É, verdadeiramente, um embalo.
    Abraço

    ResponderEliminar
  3. meus amigos
    sabeides vosotros que até análise erótica fiz do sanhor no exame... aproveitem que ele gosta

    abraço

    a todos

    ResponderEliminar
  4. Ui, João, devido aos erotismos do Senhor, chego a casa neste momento todo ressabiado...nem sei que diga...

    ResponderEliminar