voltará tudo ao que poderia ser
e o espaço vai fundir-se de vez com o tempo
os ponteiros do relógio passarão a estar coordenados para sempre
...um dia
voltarás de noite, para aquecer o vento frio
para secar a chuva dos meus olhos com a chuva dos teus
Quero tudo
no meio do nada
espero, firme, mas espero
e é a espera que me arrelia a pele
e é a espera que me faz Fogo e Ar
Terra e Tempo, Mar e Sal
...um dia
quando já não houver mais lágrimas
também não haverá mais Mar
...um dia
o Sol indicará o caminho mais fácil
mas nem por isso deixará de ser árduo
O Tempo continuará esbatido no meu olhar
preso, sempre preso, ao horizonte, às tuas cores
e uma cegonha, branca, levará consigo o nevoeiro
e eu vou tocar, como nunca toquei antes,
e os caminhos verdes do meu olhar, dilatados no tempo, abrirão a porta que espera pela tua entrada
...sempre um dia
...sempre um dia
ai, como se acabam as palavras
e aperto-te porque me apertas o peito