segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

pedra

a dor física perde
todo o sentido

os sentidos tornam-se frios
porque a dor a sério nao se deixa explicar

sinto-me a cair
e desço
escada fora
sem olhar para trás

tenho tanta coisa feia prestes a sair da minha boca
e o frio que eu sinto faz-me tremer a vontade

o mundo, subitamente, torna-se um peso que eu nao preciso de ter... que eu nao quero ter

mas estou aqui
e até agora estava quase bem aqui
e até agora, depois de abrir as defesas, estava quase muito bem aqui
e agora?

hoje nao tenho esperança
nem a desejo ter - desejo encontrar a droga que me páre o tempo... renunciar à vida por duas semanas e acordar com tudo resolvido ... distante como o mar, sozinho como o tempo

amanha
sempre um amanha

e eu nao estou preocupado com o amanha
sinto-me despido de mim - perdi a chave da minha prórpria arrogância de mim para mim -
incapaz de voltar a fechar as janelas
incapaz de acreditar no que quer que seja
derramo uma lágrima, derramo muitas
com a esperança de que o quarto se inunde, e eu fique tao longe da terra e dos homens da terra, para que eu seja só chuva e chova a um parapeito de outra janela

eu sempre soube que a utopia faz parte da minha forma de ser
eu sempre soube que ia acabar sem sonhos, mais tarde ao mais cedo
e por muito que me tente acercar de uma soluçao, perco forças porque
acho que nas as tenho

sinto que vou voltar em breve
mas estou aqui

e se nao há tempo para ter esperança
resta-me só a desilusao.
tenho saudades da nossa casa tenho tantas saudades tuas
e só agora te sinto longe... só hoje sinto-te a escapar pelos os meus dedos
e já nao sei se posso, se consigo, agarra-me outra vez
eu sempre soube que o sonho conta mais que a enormidade rídicula que tem a vida
eu sempre soube que o pessimismo é a minha melhor "arma"
e agora, que é que tenho?


acabo de acordar e sair de casa
está frio, continua a fazer frio quando nao estás

bom dia