eu sei quem tu és
as ondas trouxeram-me o sol
o suficiente para te ver
e para agendar novo encontro
na folha estão as coordenadas
e tu corres em busca de asas
para aterrar do teu sonho
em terra
são as letras que te afeiçoam
é a face que apregoa a retórica
e guardas no bolso a imagem que máquina não sabe capturar
capturas-em com esse delinear frouxo
a cor negra da tinta que vamos respirando
em tempos, em infinidade, eu escrevi tudo isto
e mais escreveria se quisessem as folhas
desfolho-te, desfolhas-me, e as palavras não me deixam
nem te deixarei calar nunca
porquanto tiver o sol que me deixa ver quem sou
e a chuva onde a vida não reclama
eu poderei ler-te
ler-vos
e marcar tertúlia
das almas
para outros dias
vindouros.
um afecto enorme que eu sinto
e que não deixo nunca, não como deixaria a carteira em tua casa
ou outro objecto do meu esquecimento
eu sei quem TU és
e TU sabes quem SOMOS
porque te LÊS
porque NOS lemos
e não nos esquecemos ainda
de como se escreve
Saúdo-vos irmãos/ãs
a vida começa ontem
a poesia morreu amanhã
e nós estamos no meio
porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
quarta-feira, 21 de março de 2012
O aprendiz de poeta
Escrevo a palavra “poesia” numa rocha e lanço-a ao mar.
Afunda-se.
- A poesia vai ao fundo quando agarrada a uma rocha –
Tudo o mar engole,
Tudo o mar sacia.
Decido recuperar a rocha,
não é sítio para se guardar a poesia.
Mergulho nas agitadas águas…
…encontro-a.
À superfície, observo que a palavra se apagara
- A poesia dilui-se na água –
Fitei, alegre, o horizonte pelágico,
O mar é agora o poema…
Afunda-se.
- A poesia vai ao fundo quando agarrada a uma rocha –
Tudo o mar engole,
Tudo o mar sacia.
Decido recuperar a rocha,
não é sítio para se guardar a poesia.
Mergulho nas agitadas águas…
…encontro-a.
À superfície, observo que a palavra se apagara
- A poesia dilui-se na água –
Fitei, alegre, o horizonte pelágico,
O mar é agora o poema…
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