sábado, 27 de abril de 2013

não-poema

matamos o Pai que se diz poeta e fodemos a Mãe que se diz poesia!: eis um poema edipiano!! a tua teta descia pela chaminé e eu chupava peles, nervos, sangue, gorduras... enchia-se a sala de carnes jorradas de cima e chupávamos todos o leite, a água, o vinho, o mijo, o suco... Habemos Petisco! Irrita-me a poesia, irrita-me a tua tia, irritam-me todas as palavras acabadas em –ia... Irrita-me o Pingo-doce!! Fode-te Pingo-doce! mais as tuas melodias... Desculpa Pingo-doce. Basta! Chega de poesia! Venha o Pingo-doce! Não é por mal querida, mas o teu capricho existencial fode-me o juízo. Tu sabes quanta carne tens que seduzir, esquartejar, amar, esventrar, foder, comer, tu sabes quanto de mim tens que matar para que te oiçam cantar em êxtases divinos... mas, Puta, eu não vim aqui para morrer!

1 comentário:

  1. "...desaparece também a distinção homem/natureza: a essência humana da natureza e a essência natural do homem identificam-se na natureza como produção ou indústria, isto é, afinal, na vida genérica do homem. A indústria deixa assim de ser entendida numa relação extrínseca de utilidade para o ser na sua identidade fundamental com a natureza como produção do homem e pelo homem. Não o homem como rei da criação, mas aquele que é tocado pela vida profunda de todas as formas e géneros, o encarregado das estrelas e até dos animais que não pára de ligar máquinas-órgão a máquinas energia, uma árvore no corpo, um seio na boca, o sol no cu: o eterno encarregado das máquinas do universo." (Deleuze,1966:10)

    No texto é o pingo-doce o vector essencial na ligação dos elementos: encontras lá tudo o que é necessário para alimentar o texto: vinho, água, leite, sangue, gorduras, mijo, carnes... É bom que não o arrelies... bem sabes como as máquinas são vingativas - nisso se comprazem - ou o quão buscamos nós a vingança nos seus mecanismos de conduta. O poema edipiano cegará o sol no seu cu...

    Abraço enorme, companheiro!

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