quarta-feira, 5 de junho de 2013

As roxas

Três dias por semana, num tapete negro, emoldurado de amarelo-torrado com laivos verdes.
Salta-me aos olhos roxo! São pequenas pétalas roxas. Que estão ali, presas a um caule.
E, olhar sim olhar não formam ilhas de roxo.
E dançam a melodia, por vezes agreste e descompassada, de um pedaço de vento que alguém ali deixou.
Penso que podem ser perpétuas roxas. Elas nada assumem.
Não paro, ainda não cheguei. Mas vou ficando mais perto.
Ainda faltam todas as outras arvores, que parecem correr em sentido contrário ao meu.
E as duas ou três povoações que comungam do mesmo lençol de alcatrão, o mesmo que lhes encaminha visitantes e lhes aconchegou a partida de muitos inquilinos.
E questiono-me se aquelas pétalas, as que eram roxas, serão realmente perpétuas.