segunda-feira, 15 de abril de 2013

Janelas-corpo ou a mentira


Janelas ardendo nas testas perfumadas
orquídeas e outras visões de mulheres
seios frios chamando luas
portais vertendo desejos
nas paredes que são rosas para os amantes,
copos rolando rua abaixo
procurando lábios ou seios ponteagudos,
As portas são folhas que são portas
onde mulheres envelhecidas
retocam maquilhagens para o adeus,
As fotografias são a realidade mentida
os candeeiros estão apagados
e não há lábios para beijar o fumo rápido
da noite,
não há seios erectos para abrir as portas
os frios perfumes das portas
que são as amantes da rua,
frias as folhas que são mulheres
penduradas nas paredes
desenhando, invertidas, as paixões,
Nos teus seios, vejo ardendo os lábios
e os copos, que são portais para a lua
Na calçada cai a janela ardida
ardido o torneado corpo da mulher.
 
Esqueço porque recordo
Recordo, porque existes na mentira de ti...


(25/01/2013)