porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
sábado, 1 de março de 2014
poema de comboio #13
passa-me sempre esta imagem e parece que soa sempre rápido demais. não houve problema algum, mas andei três dia correndo a cidade à espera de resolver tudo no mesmo dia. na mesma tarde aparece-me este deserto. até os jardins de entrada da faculdade estão amarelos. o meu sorriso dói-me. a cabeça está pesada e não consigo achar piada alguma ao humor cínico da sucessão de eventos num período de tempo contínuo.
eu existo e sei que existo porque me dói as costas e porque o peso de ser é tão sarcástico como a mesma existência. não há outra maneira de o dizer sem ser estando calado. não haverá outra possibilidade de me fazer compreender. os actos não chegam. as pedras não voam com a velocidade que eu desejaria para elas. custa tanto acartá-las num bolso toda a vida para ver que o futuro delas é mais incerto que o vidro que não conseguimos partir.
tanto tempo. tanta coisa gasta. tanta pedra polida e sapatos rotos e sem atacadores coerentes. não havia mais nada para comprar. não havia mais dinheiro na conta. conto então o meu segredo e chego à conclusão que estava tão bem guardado. que desperdício. de tempo. de tanta coisa gasta. sinto, sinto que sim. sei, mas não sei quando e porquê. acertaria em cheio nesse vidro se apenas a pedra não padecesse da mesma falta de vontade de viver.
um projéctil sem projecção. mas que merda. mas porque é que perco tempo? mas porque é que tenho tempo para perder? mas porque é que há tempo? mas porque é que esse tempo que existe não nos pertence e, mesmo assim, o perdemos sempre? querias o tamanho xxl? uma explicação "jumbo size" e uma certeza em tamanho americano número nove e um quarto. querias uma vida toda num catálogo de roupa, tendência de outono. percebe-se
in Diário Liberdade.org
Subscrever:
Mensagens (Atom)