domingo, 10 de outubro de 2010

noite noite noite

noite
manto de luzes a subir a pulso o meu céu
e o breu do firmamento é nú e frio e voa ao vento
e eu em desalento procuro o amanhecer
queria que fosse já sol para ter raios de luz na escrita
circunscrita a prosa e a minha vontade de ser estrela
noite noite noite na sucessão dos dias
e tantas foram já que já não sei as horas
perdi-as no desiluminado céu que me entra pela janela dos olhos.
V
A noite fechava-se nos olhos do mar
e o mar cantava de boca aberta.
A noite escurecia
a testa do mar.
Adormeciam de costas as rochas.