domingo, 3 de outubro de 2010

Antão (Sem Títulos)

Sem títulos divagas entre a certeza de que nada é certo.

A cidade berra-nos aos ouvidos ... "quem és?"

Porra... é que não há objectivismo que nos valha.
sonharemos então ?! pois claro que sim...
... ai de quem me disser que o sonho é só sonho ...
e se for? aqui na palavra não desígnio ... nem certeza ... nem nada...

a solidão das palavras faz-nos então passear entre as ondas do silêncio desejado

mais tarde ou mais cedo fecharei os olhos vendo o sol queimado, nas pálpebras

e os fumos que nublam as luzes citadinas, serão faróis para os sonhos, para o mundo por nós criado.

o ser humano , já te disse em tempos , não se contenta com nada que o sol lhe possa dar
é triste...
tanta complicação para, no fundo, ser tão simples... antão? não é simples?!

...a palavra de ordem é "CAOS"
...a palavra objectiva é "ABSURDO"

João M. Sousa ... A Rodrigo Antão
talvez em 2009, talvez em Castelo Branco, talvez em Portugal

(Sem título)

Não durmo.
Reviro-me na cama,
Cansado e tresloucado,
Imbuído na sombra daquilo que nunca fui.

Sonho acordado.
Oiço os carros na rua,
Numa cidade que não dorme
E que não me deixa a mim dormir.

O sono não vem.
Sinto passos no piso de cima,
Recordando-me de uma solidão que para mim escolhi.

A escuridão permanece e por mim vai passando.
Resolvo sucumbir aos encantos de um outro mundo.

E lembro-me que todos vamos morrendo aos poucos.

Rodrigo Antão [29 09 2009]