domingo, 3 de outubro de 2010

(Sem título)

Não durmo.
Reviro-me na cama,
Cansado e tresloucado,
Imbuído na sombra daquilo que nunca fui.

Sonho acordado.
Oiço os carros na rua,
Numa cidade que não dorme
E que não me deixa a mim dormir.

O sono não vem.
Sinto passos no piso de cima,
Recordando-me de uma solidão que para mim escolhi.

A escuridão permanece e por mim vai passando.
Resolvo sucumbir aos encantos de um outro mundo.

E lembro-me que todos vamos morrendo aos poucos.

Rodrigo Antão [29 09 2009]

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