terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

contaminaçoes

"visto as calças do pijama como se me vestisse de ti" ... e a pele estala com o calor que o frio arrefece. A neve passa a ter uma luz própria e a distância perde-se na geada "um retorno real - dizem-me as paredes" mas a resposta não é única, nem fica por um parágrafo apenas.
amachuquei os papéis que me ditam as horas "e eu já nem nas molas os vejo retidos". pendurei-me no estendal às seis da manhã para ficar em ponto de congelamento real ... e fiquei, gelado, a ver a cama de esguelha ... cheio de pressa de apanhar o sol de vez.
Contaminam-so os caminhos das frases que sobraram dos papéis "colgados", e as palavras cospem-se mutuamente. "oye! te queda mucho?" nao ... ja estou de saída

em itálico - citaçoes - Nuno Cacilhas

joao

3 comentários:

  1. Tão bom este sentimento que é ver-mos unidos os bons amigos através da plaina cerebral - a palavra, e sabermo-nos vivos nessas palavras que ecoam em momentos reais de alguém, é estender o minusculo espaço que ocupamos em redes maiores, mais complexas e resistentes às intempéries sociais!

    Aqui do campo, muito obrigado caro João!

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  2. e no meio de tanta rede e ruído, tanta imagem e tanto flash, tanta cor e tanta desolação, só nos sobra intermitências do discurso, recorremos a palavras para tentar aproximar a realidade que queremos real à nossa constante insatisfação. há demasiadas vozes que nos contaminam, demasiadas fragrâncias e fragmentos da existência dentro de um homem só. há que viver entre essa contaminações? eu acho que sim.

    aqui do solo ibérico que, espiritualmente, a todos nos pertence, um abraço muito grande, com um brinde de "crf" depois de ovos mexidos com espargos - um abraço com os candeeiros a estremecer e a provocar um efeito que nem o cão é capaz de ignorar.

    Abraço

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