horas, carros, pessoas de passagem, passar do tempo como carros a passar; sento-me no banco, banco velho dos velhos – sabes o dos velhos: vermelho vivo, da praça onde os velhos, velhos se sentam- é vermelho vivo o banco dos velhos onde me sento também. andorinhas e minutos inquietos, rápidos passam sem forma, nem pedem licença, minutos e horas como carros e pessoas, aquelas ca pressa, cheias de pressa passam ca pressa por aqui sem tempo de um bom dia, um bem haja qualquer, como carros, passam com a mesma pressa dos carros, eu espero, o tempo não! passa, vai passando como carros a passar e como as pessoas que não dizem bom dia para o banco de velhos onde estou, novo ainda, sem saber que não sabia ser velho. sentado no banco vermelho vivo, as horas, indiferentes, passavam no relógio defronte, mais lentas do que os carros e do que as pessoas apressadas que não diziam bom dia, mas mais rápidas do que eu, novo ainda, sem saber que não sabia ser velho. parou um carro, sai uma pessoa e diz bom dia; o tempo, por momentos o tempo parou também. não respondi, levantei-me e fui-me embora.
nuno Cacilhas
e ficou-te mirando, vermelho e apressado, sem horas no relógio e sem tempo para o olhar. respeitosamente, apressado, ficou vermelho ao raspar o relógio na parede, mirando sem tempo o olhar. foste-te embora? tinhas horas para lá estar? quem diria
ResponderEliminaragora vi ... o ritmo do texto equivale à pressa do relógio
ResponderEliminarO que me desperta mais atenção, para além do ritmo, é a aliteração, parece que enfatiza o aspecto dinâmico.
ResponderEliminaré cacilhas, puro cacilhas
ResponderEliminarhahahaha... humildes agradecimentos.
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