Mórbidos, o teu dia-a-dia presunçoso,
Os acontecimentos vários, que permanentemente te prendem
A essa ilusória realidade triste dos mortos.
A casa é onde teimas em permanecer sentado
Nessa poltrona cheia de pó e de recordações vazias
Que não te mostram
Nem te fazem vislumbrar
Aquilo que foste, nem o que serás.
É triste, isso sim - o viver-pensante deixar de querer existir.
Quando dá aos outros a possibilidade de escolherem por ele.
Quando se resigna perante o seu próprio semblante ressabiado com a realidade.
Quando julga que vê aquilo que quer olhar.
Quando deixas de ser tu, para passares a ser só mais um outro.
Tenho um armário cheio de canetas secas.
Mas esta, moribunda e só, é a que escreve.
Pena é que seja em vermelho.
Rodrigo Antão [03 10 2010]
livre de emoções arrasta-se pela rua
ResponderEliminarcom plena vida, nas noites de sempre, sem vaidade
nada acontece de novo, é assim que se passa nos sonhos
de pé, enconstada à parede,
como se de uma personagem de vergílio ferreira se tratasse
com demasiadas memórias, sem se lembrar de alguma
sem ser nada, com esperança para tudo
que alegria irónica, ter a certeza de absolutamente nada
quando há tanto passo marcado na areia
quando há tanta merda deixada para trás
quando pensa, e vê, o por do sol sem cor alguma
quando passa a ser tudo aquilo que não queria
temos um blogue cheio de letras vazias
desformatadas
mas são só estas que temos para dar