quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Declaração ontológica

Como podeis vós julgar-me,

se em vossos corações impera a falsidade.

Como podeis vós de antemão condenar-me,

se é de sombras feita a minha verdade.


Sugai o meu sangue! ó espíritos presos.

Atentai que sois vós meros servos,

daquilo que a mim me libertou,

e a vós condenou.


Ó sociedade dos infelizes, pobres árvores sem raízes,

fazei troça de mim antes do meu partir,

para que vossos olhos ainda me vejam a sorrir.


Lembrai-vos de hoje com saudade,

como uma festa mansa no coração.

Recordai-vos que onde hoje vedes maldade,

será amanhã a vossa maior gratidão.

1 comentário:

  1. venham infelizes do mundo inteiro que motivem poemas destes... muito bom

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