quinta-feira, 10 de novembro de 2011

...voar...

É quando o rio aparece nas nuvens que se arrastam na terra do sonho que acorda de dia enquanto a noite adormeceu com as realidades dos dias de ausência de sol, de luz, de silêncios tranquilos, de escuros claros, de vontade de ser, apenas... é quando somos feitos de matéria flutuante e dançamos com os pássaros sem nos questionarmos porque o fazemos. É quando não questionamos que o céu é âmbar porque ele é feito de olhos; é quando não questionamos que a lua só nasce hoje e agora porque um desejo se tornou estrela de fogo e não queremos saber se ardemos lentamente até ao fim... o momento fica para lá de si, prolonga-se numa brisa que nasce do corpo levitado e inverte-se o peso da terra que fica suspensa por uma flor prateada na mão de uma criança que a roubou de uma senhora que lha oferecera e corre mais, mais longe, toca a brisa as águas e os céus, o fogo e o barro, o ar enfeitiçado de perfumes mil, a pele... é âmbar o crepúsculo dos olhos que me espelham num lago de luz e o sorriso é nuvem de algodão de uma feira de crianças onde os sonhos se confundem com a realidade, e para eles eterniza-se o tempo na breve efemeridade, arrastando-se pela brisa da metamorfose do mundo, para lá, leves, voam... sem saberem porque se questionar, voam... sem saberem voar, voam... os dois corpos que dançam ao sabor do vento...

2 comentários:

  1. as visões, os sons, o bater da asa de quem não é pássaro ... tudo voa nos sons de um texto assim - voador.

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  2. só por esse comentário valeu a pena escrever... abraço grato

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