terça-feira, 3 de julho de 2012

Um dia...


As paredes cantam a chuva,
as calçadas sabem a vento.
Caminharei, como quem caminharia de verdade,
- fendendo passo após passo -
numa morada tardiamente próxima.
Vieste de costas cheirando a lágrima
Mas teus olhos, cerrados,
não gritaram a rusga da manhã
e o sol por que esperavas
não soube ficar, untando os telhados
dessa memória que me trouxeste
um dia antes desse tempo chegar…

Um dia seremos chuva e já não haverão palavras...
Um dia, esquecer-me-ás.

1 comentário:

  1. Chuva, lágrimas, gritos da antiga calçada,
    Sob esse telhado viverás... Outro mundo,
    Intelecto, soberbo, talvez mudo...
    A memória serão os raios da infinita palavra ousada,
    Nunca partireis: saudade, recordação, eterna palavra...

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