Escrevo-te porque não tinha
mais nada para te dizer. Não sei se reparaste como pisca a luz em standby,
vermelha, do televisor que nunca se ligou pela minha mão
Uma mancha de cinza no
lençol branco serviu de pretexto para um texto declamado em contextos desmesurados
pelo espaço. Escrevo-te para não ter de me ouvir, como um prato que se aquece
para não se comer frio
Somos todos da mesma matéria
e tudo bem, mas o fogo queima conforme o volume do corpo e o nível de tédio que
o ocupa. São chamas no olho do topo [áreas medidas com estranhos aparelhos da
geometria que não descrevo] São letras na chama do dia [a meteorologia não
responde às questões da vida]
Sem mais nada a acrescentar
despeço-me cordialmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário