porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
quarta-feira, 30 de março de 2011
¡Soledad!
domingo, 27 de março de 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
Caminho numa rua que nem sempre é rua,
E encontro as pessoas que lá não estão.
Caminho até talvez sem caminhar...
Nos passos do corpo...
Socorro-me afogando-me.
Existo sem existência...
Queria ser um pouco mais do que homem,
Viver um pouco mais que a aparência da vida.
Sou um pouco mais que nada... sim, mas quero ser um pouco mais que tudo!
Resguardo-me na intempérie da loucura,
Ainda a vida me não cansou.
Não é dinheiro ou fama, amor, saúde ou cultura, queria apenas ser um pouco mais do que homem...
Existo rodeado de inexistências,
todas as coisas, fúteis...
Mas não me canso de existir, ainda que já nem exista...
Não me canso de fazer, ainda que não faça...
Canso-me de tanto querer e tão pouco alcançar!
Canso-me de me ver sorrir engolindo o jantar...
Queria apenas ser um pouco mais do que homem... queria apenas, quem sabe, voar...
Poesia (do outro)
segunda-feira, 21 de março de 2011
as sílabas do diálogo
sábado, 19 de março de 2011
Obnubilações
onde o ser se mistura com o não ser,
onde não há género e o número é plural,
onde encontro o que perdi sem procurar
Aqui,
onde as cores do inconsciente se pintam,
onde é fácil atingirmos o difícil,
onde não há esquecimento por nada terminar
Oiço,
( Professora- "Vicente, dê-me um exemplo de um arquifonema.")
Não oiço,
há conceitos que não transitam,
há conceitos que não passam a fronteira
Aqui,
há ilusões que iludem conceitos,
estados mentais que obnubilam o real,
Há sensações por definir em sentidos,
Respondo,
( Eu- "O mundo é um arquifonema".)
noite de lua cheia de...
a neblina do que pode ser
as nuvens do que já foi (constantemente a chover)
surge a lua cheia de esperanças e conclusões falsas
quinta-feira, 17 de março de 2011
Poema dos 30 segundos
Paleio técnico
O sector do parâmetro
Fugiu a correr da pluralidade cultural.
Encontrou o âmago do gráfico
Que o arrastava com valor sentimental.
A dívida passou a ser soberana;
Uns à rasca, outros na mama, todos nem tanto.
No entretanto, pergunto-me o que aconteceu à informação
Que com tanta atenção, se tornou automática.
Coitadas das declarações normativas,
que são tudo menos positivas.
O PIB chegou ao déficit, esmurrou-lhe a cara e excluiu-o da rede social.
Desta feita acho que nem chega ao Natal.
Quando tudo terminar, não existirão tecnicismos que nos valham.
Restaremos nós.
Quando nos encontrarmos, saberemos que tudo está bem.
Rodrigo Antão [17-02-2011]
A existência
A vazia existência não existe.
Eu existo
Tu existes
Ele existe. Ela existe.
Nós existimos
Vós existis
Elas existem. Eles existem.
Existem factos. Existem letras. E palavras.
Vamos existindo pelas avenidas da existência.
Fazemos coisas. Existimos.
Por favor arranjem-me um conceito que exista.
O que é isto?
Rodrigo Antão [17-03-2011]
terça-feira, 15 de março de 2011
A árvore que me estreia.
reinava a sombra, a sombra do verde
que ocultava a luz,
nos pés a prova da virgindade
que percorria,
trilhos virgens anunciavam estalando,
o romper do hímen,
a fina película que norteia
o ponto em que o desconhecido
se conhece
Cortei ramos e folhas,
pisei ervas e calquei musgos,
equilibrei-me sobre frágeis
estruturas rochosas,
bebi da água que corria
montanha abaixo,
como se saída das nuvens,
bálsamo das feridas que o
meu corpo alimentava,
as chagas de um Deus que perdi
ao procurar-te.
No desânimo avistei-te
no desespero encontrei-te,
oásis de luz e sol
no que é da sombra,
perdida numa imensidão desértica
de areia,
que corrompe a fecundidade
desta selva que é
de musgo
e de ervas
e de ramos
e de árvores, e tu
plantada, à espera
da boca que alimentas,
ó árvore do que eu
vivo.
(Desconheço a maioria dos colaboradores do AEQUUM, no entanto, agrada-me a ideia de os ir conhecendo através das palavras, como se fossem elos que nos ligam ao desconhecido. Talvez as palavras sejam o único que importa conhecer de alguém. Obrigado João.)
sábado, 12 de março de 2011
inv/ferno
com a almofada falo eu em lágrimas
os pesadelos gritam-me ao ouvido
o peso, as nuvens, o frio, sussuram-me ironias
o sarcasmo dos dias de chuva
a idiotice do pessimismo
enquanto o dia me fala em "molha tolos"
eu respondo com o bater de teclas
porque me doi demasiado a garganta para poder gritar
terça-feira, 8 de março de 2011
De volta ao básico
Mas é estéril o meu pensamento, tão vazio e tão oco, nas suas paredes ainda pende, oscilante o meu tormento, que de tanto sei tão pouco, de algo que não se aprende.
Se de mim não sei nada, por mim tudo quero saber. Ó deserto o que me sopras ao ouvido? Como posso eu aprender se o que me dizes não faz sentido?
Estou nú, crú. Quero começar de novo. Quero sair...já aqui!
E é agora, nesta precisa hora, que me vou libertar, que vou poder dizer: Finalmente! Renasci!
sábado, 5 de março de 2011
tens as pernas esticadas, uma manta que a conforta
os canitos, cadelinhas na verdade, equivalem na senhoria
olham-me com olhos ternos
traduzem-me a calmaria e a paz de me encontrar noutra casa que posso chamar com esse nome
comi carne
comi carne porque a simplicidade com que ma oferecem
ultrapassa qualquer "fundamentalismo" ideológico que me possa passar pela cabeça
porque é impossível resistir a tamanha humanidade
acabei vindo sozinho - de certa forma -
e sinto-me tão acompanhado
afinal,
a minha casa, a minha pátria,
está em qualquer canto desta península paradísiaca
como amo a vida nestes momentos
quinta-feira, 3 de março de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
tu voltavas do trabalho
massajava-te os pés em frente à televisão
fuma um cigarro com a gata ao colo
e sonhava um sonho que não conhecia
e depois...
mudava a bilha do gás de um selector para o outro
tomava um banho quente quanto baste
e dormia, finalmente, sem qualquer dificuldade
e a cama agarrava-me até aos últimos minutos possíveis da manhã do teu sorriso
isso ... já nunca perco
terça-feira, 1 de março de 2011
perdendo peças do motor que a alma constitui
queria pura e simplesmente clicar no DELETE
e encontrar na RECICLAGEM forma de mudar a vida
defino-me todo em palavras e perco a simplicidade das coisas:
distância: troço físico que se traça de um local ao outro ... medido por km, m, etc.
distância: foda-se como me dói estar, ser, distante todos os dias
ausência: falta de presença de um elemento num "plano físico e palpável"
ausência: (...)! ? ---- !? eterno constrangimento !?!? perca do controlo de mim...! . ¡'¡'¡¿?¿?¿ procura eterna de tornar presente o que dói pela distância.
amar: acto, a nível humano, descrito por milhares de anos de filosofia, história, ciência, sexo, lágrimas, dores, sorrisos (---) e a lista continua
amar: se soubesse quão simples é o amor não precisava de tanta palavra supérfula, que no fim só me complica a defenição de algo que só um cheiro, um toque, um calor, consegue descrever