porque para além de poesia experimental também existem experiências poéticas ... todas as actividades de escrita estão em igual alcance do homem como ele deveria estar com a natureza ... aequum : equidade, imparcialidade, igualdade
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Zé Hélder, Zélder, Josefo, Rrosé, el rapaz vino
e as faces rosadas
que os bancos da secundária deixaram queimar
entre o sono
tinha seis cordas desafinadas,
em busca da afinação que o aparelho não sabe registar
que os tons do trilho deixaram soar
entre o sonho
tinha duas pernas cheias de força
bamboledas entre a única corda do berimbau
e os dois tons entre a pedra e o tom mudo
que só deixavam pulular o salto derradeira na alma entre as névoas
entre os Sonhos
um só grito entre duas almas
e a terceira que perdida ficou
são as coisas que as pedras dos rios trazem quando não saltam e fazem círculos
entre os lagos
entre os pântanos
entre o Sono
o vinho que nunca bebeu
o cigarro que nunca fumou
o fumo que faz dores de cabeça
o piano que faz dores de pulso
a bicicleta que teima em mandá-lo contra um poste
e a roupa cheia de riscas
cheia de sonhos
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Podia ser assim.
Quero um poeta aceso, e uma luta suada.
Quero um sonho vivido, e uma vida sem nada.
Quero ter a certeza, e um escudo sem espada.
Quero de novo a sacola, e os bichos-de-seda.
Quero um ruído de fundo, e um fundo violeta.
Quero ir a teu lado, quero um novo caminho.
Quero dias nublados, quero ficar sozinho.
Quero sentir, quero contemplar, quero partir, e ficar.
Quero um abraço demorado, e ficar assim.
Quero chegar atrasado, quando chegar o fim.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Luar amenus
Luar amenus
A poética refletia no macadame brilhante pela geada. Acho ótimo para enmarcar. O céu devia era estar enchido de estrelas, eu sabia, porém, não as conseguia ver: doiam apenas.
Enquanto eu olhava para o céu,e deslizava-me, ela olhava para mim. O que pensava, nem ela o sabe. Quero-a. Umas vezes mais do que outras, à noite às mais delas. Mas de cada vez eu vir a ser consciente do meu amor, este é maior. É o McGuffin de Hitchcock. Ela sabe mesmo quando acredita ser consciente de não saber. Eu sei ainda menos quando descobrir eu saber qualquer coisa: o Canto de Osanha traidor: vai, vai... vai, vai...
Linda como a mãe, inteligente como a mãe. A vida, o infinito, satisfazem-nos, no instante em que formos conscientes da insatisfação de morirmos: isso pode é acontecer de cada dia, de cada noite. É lindo assim, não é? Comunicação: isso que atingimos só no instante em que não identificamos a mensagem. Já sabemos o que não diz. Ahhh vai à merda meu caro. Tu queres não ser sendo, e isso é a única coisa que a vida, os sonhos, não dão opção de ser, nem mil anos que vivesses nem mil pessoas que fosses.
O Paulo, o tipo mais feliz que eu conheço, na altura com cinco anos, perguntou à mãe se ela iria morrer também um dia.
Meu deus, dá-me força, mesmo que não acredite em ti, nem nos teus acólitos, pelo facto de eu ser teu acólito também. Só me finanacie o tabaco, o moscatel e os durex avanti ultima. Primeiro de todo é querer. Quem não pode ser digno do nosso serviço? Logo a seguir... amor, bom, todos lembramos nos poros da face as nossas inquietações mais escondidas, para que demorar a confessão: caiamos todos na tentação: sejamos artistas, sejamos dignamente inúteis, comerciais, monoteístas e consumistas: e ééééé´!.
Eu também sei: Ulises nunca existiu; é sou muito provável: Circe soube logo. Dá-me a sombra, rápida, contraste, brilho, retórica antiga, jogo, vida. Dá-me a luz, só assim posso preencher de mim o sol, aquele que nem sequer eu só sei onde me vai cair em cima.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Fogo-se!
esqueci-me de apagar o cigarro
sei como te incomoda o fumo de um cigarro quase apagado
sei como te irrita o cheiro a cartão queimado
ou talvez seja o perigo do vidro derreter que te chateia
boa tarde
já me lembro como se conduz
sei como colocar a chave na ignição sem fazer força
sei como pôr a embraiagem para meter a primeira
ou talvez saiba melhor como fazer o ponto
boa noite
cheguei, de cigarro mal apagado e queimei-te os estofos
sei que é a última vez que poderei conduzir fumando
sei que é o último cigarro que não apago em condições
ou talvez seja só a primeira vez que uso um extintor!
Despertares...
arranco a raíz a que me seguro
para que possas despertar
sem arames nesses membros...
- que invento para ocasiões de vício -.
A tensão baixa de cair na calçada
à porta do disfarce
-hesitação habitual de quem
de raiva-a-raiva, extinto -
demora-se por defeito
na ferrugem do prematuro movimento
- primeiro grito anterior ao susto -.
Indecido-me por insensatez dialética,
conflito que de extremos sabe a face,
que de respirar prova mares
- oblíquos, opacos, outros... -.
A invenção de novos dias
traz no bolso pequenos ossos...
desequilibrios que o real
se esqueceu de estudar.
Agora que acordaste, digo-te "bom dia!"
Se ao menos me pudesses ver...
noite noite noite em 10 de Outubro, hoje
E já era noite nos meus dias.
Tive de acender a luz na estrela da minha manhã
E o peito foi-se rio abaixo nas ondas de um mar longe
Rolei no escuro como granito arredondado e trôpego
E esbarrei na ausência da vontade de ser sorriso todas as noites.
Que sonho foi este que me assaltou a felicidade
Para fingir ser verdade e afinal ser só noite sem lua cheia?
V
.pt
A luz dos olhos que olham com um olhar cintilante.
Numa sala vazia de quase tudo menos incerteza, onde reinava a confusão.
Saltitavam horrores e prazeres e emoções que nunca foram tuas.
Com mãos de cordas de guitarra, aquela que toca sem nada alcançar,
fez um gesto melódico, um gesto que de pouco adiantou.
Não havia propagação ou retorno, nem reverberação ou resposta.
Pelo que soou, perturbou e desvaneceu.
Havia um cheiro, cheirava a terra molhada e a café.
Os pés descalços e as mãos frias, agitados por natureza, eram agora calmos e pacientes.
E assim ficaram até tudo terminar.
Agora continuam corpos e ventos. Mas há menos luz.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Sem assunto
"A morte, amiga, é algo que trazes no bolso há tempo demais!"
e o meu bolso sem fundo, descosido
(e a linha a entrar na agulha)
e sem sequer saber se valeria a pena remendar.
(e a linha que não quer enfiar)
- Joana, traz-me a agulha que tenho aí...
(mas nisto tentava...)
e o aí que a Joana procurava, à toa
(entrou!)
e um
- Deixa, já não é preciso
e a Joana a ver do aí, onde talvez pudesse encontrar mais do que uma agulha
(pano duro, este...)
já lhe tinha dito que não era preciso
- Eu sei, ouvi, mas o que queres...
(e o pano que não ajuda)
- Talvez vá precisar...
(e a agulha torta, sem jeito, sem forma, sem ser dura e recta a entrar)
o aí finalmente revelado
- Queres mesmo?
(nem agulha, nem linha, nem pano...)
- Aqui tens outras calças, talvez...
(já perdida no pano, com a agulha e muita linha)
- Não, tem de ser este o bolso.
e a Joana a ver o torto da agulha nos jeitos da sua mãe
- A morte só conhece um bolso
(e é nele que procura andar)
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
AEQUUM
terça-feira, 22 de novembro de 2011
dia 29
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
manda-lhe saudades minhas
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Não há.
nem o binário, ou os 156 cavalos-vapor aumentam o rendimento.
desamarro gritos e palpitações e espero despedir-me da gravidade, de uma e de outra. As gravidades.
Agarro bem o que quero levar, mas não parto.
E nunca parti, mas um dia voltarei.
Talvez antes do outono, para ver o laranja das folhas.
"tens que ir(...) diz ele, "eu concordo!" diz a outra.
E ainda há mais uma que também apoia.
Mas acontece a perfeita engrenagem da apatia com o sedentarismo, e uma série de situações.
Sei lá se é o fado! Ou uma fase, ou o blues, ou o hip-hop.
Mecanismos de um pedaço de fraqueza feito vida.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
...voar...
contemporâneo de agora
Costumava expressar-me, como então acreditava, poeticamente...
Agora exigem do meu discurso uma tal formalidade que já nem me encontro nele, ele é apenas o que eles querem ouvir e voilá: teatro!
Os advogados recusam toda a minha imaginação e exigem que fale como eles, mais valia um espelho estéreo... vou ali e já volto e nem notavam... para os chefes, imagens pálidas mas aspirantes a grandes césares... hahhahaha... retribuo honestamente com o meu ser mais político, ainda que nem sequer entendam a possibilidade de que não sou eu quem ali esteve. À tarde, eis-me divertido no Parque dos Requerimentos: com tal delicadeza que poderiam imaginar-me sem barba! É o que se esconde nas palavras que me fode! Quando nem sei bem os papéis que desejam para mim naquele momento em que, seguramente, alguém se divertiu a pensar no mesmo...
Requerimento
Era tarde, uma tarde longa e tardia,
A vaca dentro do coração fazia azia,
Trabalhávamos em sentido oposto,
Eu punha tu tiravas: o rosto ao meu encosto,
O boi da vaca baloiçava a embriaguez,
Torpe, arrastava-se às tetas, uma de cada vez... e outra vez...
O sol paria uma tia do tamanho de uma lua que era uma puta nua, um festim que era assim assim... não acabava, era madrugada e chegava uma noite apressada, mascarada de máscara, não a entendi, não a vi, a teta aluava e eu encostava o meu rosto... a utopia e a puta que a paria: seria preciso tal harmonia que a bezerrisse adormeceria o medo que não se quer perdido no fio dental da sensualidade que se vivia na pele de uma pele de galinha e que arrotava a azedo quando no balão subia agarrado à teta da utopia que persistia em sê-lo e ninguém estava acordado... estavam todos a mamar na teta, a foder, ninguém se apercebeu que somos todos a vaca, o boi e a utopia! Deveria ser magia, encantamento, estupefacção, deveria ser um cão, uma pia, um jumento... deveria ser só a correria e a dor que fica na vaca da teta chupada, não tenho mais leite para vocês! Comam a vaca picada e o boi! E já agora caguem nas putas das utopias que são mulheres nuas que vocês não podem olhar, arde-vos os olhos do pecado que é mão de ferro vermelho sobre as tripas que vos enojam e arrepia no vermelho dos olhos do boi que arfa em cima da vaca das tetas chupadas, utopias enterradas... celebração!
domingo, 30 de outubro de 2011
SoNo
Os olhos fecham-se e eu vejo melhor assim.
Escrevo e apago inúmeras vezes. As ideias fogem.
Fico eu e todo o meu ser complicadinho, de barba por fazer.
Fazer fazer, fazia um chá, mas não há essências. Paciência.
Paciência, transparência, sinusite, tenho os pés frios e vou dormir.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
?(Europa)?
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
(Kuster Aragem)
El caso es que a mi me duelen los brazos que un dia memorable me crecieron para que pudiese abrazar esa tormenta primigenia de relámpagos y palabras. Os meus parabéns e agradecimentos pelas luzes e a amizade. Aequuns todos ¡Duro con ellos!
Seu choramingas varredor, mesmo fodidamente, caserenho.
PD: 150€ (!??!!!) da caução da praça darmas, e os recibos que descontam mais 150€ (!??!!!) em despesas de àgua, luz e gas foram-me prometidos para esta semana na imobiliária. Apanho-os, ou apanho melhor uma smith&weston? Só digam.
Abrações
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Sim, festejamos,
sábado, 1 de outubro de 2011
Festejamos?
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
"O mecanismo da recordação"
tem nome de doença,
mastro que trabalha na profundidade
das pequenas rutilações da temperatura
da têmpora que já não era tua.
Morrer foi experienciar a velocidade inversa
do ofício de se ser humano,
foi um hermetismo inquieto
uma inquietação disposta sobre
lençóis brancos de imaculada insatisfação.
No outro lado da sala
- por entre fumos e fumos de anos -
os teus membros renascem
num balanço gentil de fábula
numa harmonia de essência e cerne.
Muda, porque desacreditada
certa, porque assimétrica.
Essa voracidade, essa tenebrosa
regra que desqualifica o teu automatismo,
respira do espaço que compreende
a distância entre o estar
e o poder ter estado
entre o sonhar e o quisera ter sonhado
Toda a incerteza é vingativa
porque recria a crença
que a coloca em causa
E toda a recordação é inquieta
porque desobedece ao ruído próprio
dos estrépitos do passado.
[Os meus parabéns ao blog e a que a ele tanto se dedicou. Grande abraço João. Até breve!]
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Um felicitação...
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Estar.
de ter que as varrer ou aspirar ou deitá-las para o chão e preocupar mais tarde com elas,
mas também porque fazem parte daquilo que estou a comer, e chateia-me perder pedaços do
que estou a comer. Porque será certamente algo que eu gosto, e migalhas são desperdício, e eu não quero desperdiçar o que gosto.
Se pensas que as migalhas são uma metáfora para outra coisa, é verdade! Ou pelo menos a partir desta linha é!
Pois bem, eu também não gosto de perder momentos com as pessoas de quem gosto. Chateia-me!
Já não falando de estar longe delas, o que me chateia ainda mais! São minhas, gosto delas e quero estar com elas!! Impossível, eu sei, mas é a minha vontade. Eu estava mesmo a falar de estar presente, fisicamente falando, com pessoas, em sítios, em actividades, e não estar lá. Eu quero viver os momentos plenamente, mas ás vezes não sinto nada, acho. Parece que a "firewall" me bloqueia os sentimenstos ou as emoções ou sei lá...
Eu prometo a mim mesmo seguir numa trilha constante, digna de quem sabe o que quer, o que precisa e para onde vai.
Mentira não sei. Não sei se sei. E sigo, qual balão cheio de sabedorias, mas que no fim é só ar quente.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
acabei por clicar em publicar mensagem
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Galiza (II)
terça-feira, 19 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
contacto
O peito não se abre em vendavais
As mãos não gritam palmas de saudades
As cordas do baixo vibram no meu plexo solar
De repente é perfume e eu toco pianos de sorrisos
Até ao momento que mesmo que dure um só momento
Seja aquele que me cola perpetuamente o teu abraço
Ao resto dos meus dias